A ciência pode ser compreendida como uma atividade de propor e avaliar teorias à luz de evidências observacionais e experimentais. Um dos resultados dessa atividade, o conhecimento científico, é interessante por vários motivos: ele se distingue de outros conhecimentos tanto pelos modos como é produzido quanto pelas maneiras como é apresentado; ele informa acerca da realidade, tanto em termos descritivos e explanatórios quanto em termos preditivos; seus modos de produção e apresentação podem ser transmitidos e ensinados em diferentes graus de complexidade. Várias perguntas podem ser feitas a partir dessa breve caracterização da ciência e do conhecimento científico: qual é a natureza da ciência? O que é uma teoria científica? Qual é a melhor maneira de apresentar teorias científicas? O que são evidências? As evidências são neutras em relação às teorias? Caso evidências não sejam teoricamente neutras, qual é a diferença entre afirmações teóricas e empíricas? Há base empírica para a ciência? Caso não haja, o que significa dizer que a ciência avalia suas afirmações à luz de evidências? O que a ciência tem a dizer acerca da estrutura geral da realidade? Existem probabilidades objetivas na realidade? O que é conhecimento? Quais são as características distintivas do conhecimento científico? As descrições, explanações e predições científicas são ou deveriam ser neutras em relação a valores? Qual é a melhor maneira de transmitir conhecimentos científicos? Qual é a importância da educação científica das novas gerações?

Os capítulos da presente coletânea desdobram reflexões atualizadas e ponderadas acerca dessas questões, bem como acerca de um número de questões próximas. Para enriquecer o volume, buscamos contribuições de pessoas com formação e experiência em diferentes áreas, atentos em particular à participação feminina.